sábado, 1 de agosto de 2015

PRÍNCIPES ENCANTADOS NÃO EXISTEM!

príncipe encantado não existe
Você vive a dizer que, na Terra, nenhum homem presta. E, quando deseja justificar a sua “solteirice crônica” – expressão bizarra que você costuma usar -, fala: “Estou sozinha porque não há nada de bom no mercado!” Mas será mesmo que a situação está tão ruim assim? Ou será que você -mocinha criada à base de muito Danoninho e contos de fadas- está exagerando nas exigências? Reflita um pouco, por favor.
Refletiu? Já sei! Você precisa que eu refresque a sua memória e lhe ajude a lembrar dos motivos que fizeram com que dispensasse os últimos homens que tentaram algo sério com você, é isso? Vambora:
Você parou de atender aos telefonemas do Márcio porque ele tinha uma barriguinha de chope e odiava acordar cedo. Com o Esteban a coisa não desenrolou porque você não suportava as camisas coloridas que ele usava quando saíam. Não deu certo com o Paulinho porque ele já havia sido casado. Não foi pra frente com o Roberto porque ele utilizava crase antes de “você” e falava “asterístico”. Com o Rodrigo o barco afundou no exato instante em que ele disse: “Tenho um filho de dez anos!” E o Clerberson, coitado, levou um pé na bunda porque você morria de vergonha do nome dele. Ah, e não posso deixar de citar o Pablo, que foi riscado da sua vida por malhar de meias pretas.
Preciso lhe contar uma coisa: os príncipes da Disney não existem, não na vida real. Triste, né? Na verdade, não. Porque no dia em que você conseguir aceitar que eles não existem, sua vida mudará, acredite. Como? Simples: você vai parar de dizer “não” a todos os homens que não são idênticos ao tipo utópico que idealizou e, finalmente, entenderá que pode ser muito feliz ao lado de gente que, como você, possui imperfeições. Saca?
É claro que alguns têm mais imperfeições do que outros, e é óbvio que não vale a pena se entregar a alguém mil vezes mais imperfeito do que um nariz de boxeador velho, mas, sinceramente, acho que você deve começar a dar uma chance, ao menos, àqueles que, apesar de não serem exatamente como sonhou, conseguem lhe cativar de alguma forma. Ou continuará a desperdiçar pessoas legais por causa dessa sua mania adolescente e genérica de separar os homens em “príncipes” e “sapos”.
A verdade é que todo mundo tem um quê de sapo. Ou você é a Miss Perfeição e não tem nadinha de “sapa”? Duvido. Todo mundo tem! E o grande lance das relações é aprender a aceitar e conviver com as “sapurices” do outro. Compreende? Não estou dizendo para se entregar a um serial killer que não escova os dentes e só sai de casa calçando Crocs. Nem para dizer “Sim, eu aceito ser sua namorada!” àquele canalha que já lhe enganou mais de duzentas vezes. Mas não dar uma oportunidade a alguém de uma classe social diferente da sua, por exemplo, é uma baita idiotice. Também é uma grandessíssima idiotice, em minha opinião, afirmar “Apesar de me fazer bem, sei que não teremos futuro porque ele é muito velho/novo/baixo/alto/gordo/magro/pobre/rico!” antes de tentar construir um presente com alguém.
Eu sei que você, sempre que vê uma estrela cadente, faz o mesmo pedido: “Quero um cara com a beleza rústica do Malvino Salvador, rico como o Justus, simpático como o Luciano Huck, inteligente como o Einstein, bem-vestido como o Justin Timberlake, que saiba cozinhar tão bem quanto o Jamie Oliver, sexualmente ativo -e criativo!- como o Grey e que nunca, em hipótese alguma, ronque, minta ou deixe a toalha molhada sobre a cama!” Mas, se eu fosse você -e estivesse realmente decidida a trocar uma porção de amores platônicos por um amor real, do tipo que esquenta os pés e o coração – eu diminuiria – não a ponto de começar a aceitar qualquer capeta, óbvio! – o meu nível de exigência; o suficiente para que caras legais e sinceros não sejam cortados, sem chance de um segundo encontro, apenas porque usam camisas de futebol em dia de cinema. Ou porque possuem um CD do Naldo Benny – sobre um do Fresno – no porta-luvas.